terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Globo condenada a indenizar casal da Renascer

A Revista Época, pertencente às Organizações Globo, foi condenada pelo STJ a pagar 410 mil reais de indenização por danos morais a Estevam e Sônia Fernandes, da Igreja Renascer em Cristo. A ação havia sido ajuizada em 2002.

sábado, 27 de janeiro de 2007

PCC ataca novamente

PCC atacou ontem em Mauá, São Paulo. Mas não foi outro ataque terrorista. Foi dirigido ao diretor geral do Centro de Detenção Provisória, daquela cidade, e à diretora de Recursos Humanos. Em atitude planejada, cercaram e fuzilaram o veículo em que ambos encontravam-se, em frente a casa da diretora. A impotência do Estado é pungente. Como nunca, podemos enxergar que a responsabilidade sobre a segurança pública é de todos.

Brasil

Inteligência policial e penitenciária única. Um caminho a percorrer.

O crime organizado é o anúncio de uma evolução. Não a evolução no sentido de aperfeiçoamento, mas de desenvolvimento de uma idéia, que nem sempre são as mais respeitáveis. Tal evolução necessita de uma contrapartida, uma evolução perante a força do Estado, que é o ente representante da sociedade como um todo.

No tocante às polícias, encontram-se num modelo ultrapassado, digno da Idade Média. Manter uma polícia militarizada, que enfrenta o dia-a-dia das ruas e desprovida do Sistema de Informações da polícia de investigação, e mesmo alheia às informações prisionais, é criar um ambiente totalmente favorável às organizações criminosas que aí estão. A missão de ambas as polícias estaduais é a mesma.

Quando vamos enxergar que as polícias trabalham com Segurança Pública, e que, para bem exercerem suas funções, necessitam das mesmas informações? Inteligência policial e penitenciária única. Um caminho a percorrer. O Estado está parado em sua evolução. A criminalidade, não.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Crime crescente [2]

O crime não dá trégua nas capitais do Brasil. Hoje, dia 25 de janeiro de 2006, mais notícias de absurdos. Encontraram um carro com sete adolescentes decapitados e esquartejados no Rio[1]. Dois policiais foram feridos por uma granada (!) em confronto no Complexo do Alemão[2]. Muitos quilos de maconha e crack foram apreendidos, além de armas.

Cultura do crime

O Brasil, infelizmente, acostumou-se com o crime.

Pessoas que se dizem "de bem", consomem drogas e promovem corrupção, que alimentam financeiramente a rede da barbárie e do terrorismo que assola as grandes cidades. Pessoas que nascem em favelas, observam representantes do Estado cometerem seus crimes, e sentem-se autorizados a imita-los. O Brasil, infelizmente, acostumou-se com o crime. Só uma revolução cultural para trazer a paz.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Fraude eleitoral em Alagoas

Parece que só agora estão levando a sério a notícia velha: existe a possibilidade de ter havido fraude eleitoral nas eleições de Alagoas em 2006. Já havíamos comentado esse “bônus” da urna eletrônica em 5 de janeiro, na postagem Voto eletrônico: diferença de 20 mil votos em Alagoas.

O site Alagoas 24 Horas divulga a notícia: TSE quer saber se a manipulação de voto eletrônico em Alagoas foi criminosa.

Tão importante quanto saber se a manipulação foi criminosa é saber se isso aconteceu apenas em Alagoas.

Já havia diversos críticos à fé cega com que se tratava a urna eletrônica, mas faltava um caso prático como esse, que comprovasse que o sistema está muito longe de ser considerado confiável.

Em tempo: o Alagoas 24 Horas afirma que “VEJA teve acesso ao laudo de sessenta páginas produzido pelo professor Clovis Torres Fernandes, diretor da Divisão de Ciência da Computação do ITA”. Atente-se para o fato de que não foi só a Revista Veja que teve acesso ao laudo, como todo o mundo, visto que desde o ano passado ele está disponível na internet.

Doação à campanha de Paulo Renato

O Blog do Mino fala da doação feita pela Folha da Manhã ao candidato a deputado Paulo Renato Costa Souza, ex-ministro da educação do governo FHC, ambos do PSDB. Uma das perguntas interessantes perguntas que Mino faz é:

“Por que a doação foi feita às vésperas do segundo turno, quando a campanha para deputado federal (caso de Paulo Renato) já havia sido decidida quatro semanas antes?”

O blog Imprensa Marrom vai por outro lado e fala da questão ética da doação:

“E a última coisa que se pode alegar, nessa hora, é que 'a lei permite'. Afinal, a lei também 'permite' muitos casos de nepotismo, mas a imprensa é a primeira a cair de pau, falando sempre em nome da ética.”

Em tempo:

  1. se a doação fosse a petistas, iam chover críticas (merecidas) de todos os lados, assim como se fosse de petista o iFHC, que recebeu doações de empresa estatal controlada por indicados do PSDB[1]. E a imprensa ainda falaria que nunca houve tão pouca ética e tanta corrupção aqui na República das Bananas.
  2. O jornalismo brasileiro precisa ser, usando uma frase de um juiz em sentença contra a Veja, “menos adjetivo e mais substantivo”.
  3. E no Brasil, todos em coro: ética sim, mas não pra mim!

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

Gabinete do ex-presidente Fernando Collor

A informação a seguir é do blogdoterceiro.com:

“Ex-presidentes têm direito a seis assessores e dois carros com motoristas à disposição pelo resto da vida”

Collor e o super gabinete[1]

Usando a prerrogativa de ex-presidente da República, o senador eleito Fernando Collor de Mello (PRTB-AL) garantiu um gabinete melhor do que o destinado originalmente para ele pelo Senado.

Collor, que assume o mandato em 1º de fevereiro, requisitou sua mudança para o 13º andar do Anexo 1. O espaço é maior e mais nobre do que o da ala onde ficaria seu gabinete por determinação da Casa.

No ano passado ele recuperou na Justiça o direito que tem, como ex-presidente, a seis assessores e dois carros com motoristas à sua disposição pelo resto da vida. Collor teve o benefício suspenso em razão de uma ação popular que foi derrubada pelo Tribunal Regional Federal. O ex-presidente sofreu um processo de impeachment e foi afastado do poder no meio do mandato, acusado de corrupção.

Microsoft é suspeita de suborno

(De onde mais se espera... mais vem) O Diário Digital[1] e a Computer World[2] trazem a notícia de que a Microsoft é acusada de oferecer pagamento a um wikipedista (editor da Wikipédia) para que editasse páginas referentes aos formatos de documentos OOXML (dela própria) e ODF (concorrente).

O wikipedista em questão foi O’Reilly Jelliffe, autor do livro “The XML & SGML Cookbook”, que comentou a oferta numa postagem de seu blogue[3].

Não muito tempo atrás houve o caso dos notebooks Acer Ferrari enviados pela Microsoft a blogueiros influentes com o novíssimo Windows Vista[4][5]. Isso não foi nada bem recebido, pois muitos entenderam que a Microsoft queria que os blogueiros escrevessem artigos elogiando o sistema.

Por enquanto é só uma denúncia, mas, vindo da Microsoft, não se pode duvidar de nada.

China destrói satélite com míssil

A China confirmou que usou um míssil para destruir um satélite meteorológico obsoleto.

  • A China afirma que advoga pelo uso pacífico do espaço;
  • A comunidade internacional duvida disso;
  • Segundo a BBC, o projeto espacial da China tem um orçamento anual de US$ 500 milhões; o programa espacial americano gasta cerca de US$ 17 bilhões;
  • Os Estados Unidos condenaram o teste chinês;
  • Ter a tirania chinesa como modelo mundial assusta mais do que a hegemonia mundial estadunidense;
  • Os Estados Unidos pregam, implicitamente, que:
    1. internamente, todos os cidadãos estadunidenses têm o direito de usar armas para defender-se;
    2. internacionalmente, apenas os Estados Unidos e (alguns de) seus aliados podem ter armas.

Papeleiras, Uruguai, Argentina e Mercosul

No conflito das papeleiras, o Uruguai afirmou que o Brasil “lavou as mãos”. Desse imbróglio saíram prejudicadas a imagem do Brasil como mediador ou apaziguador e o Mercosul, que não consegue resolver os próprios problemas. A Argentina chegou a pedir ajuda ao rei da Espanha na contenda.

A questão do meio ambiente é polêmica: argentinos dizem que as papeleiras no Uruguai vão levar poluição à Argentina, os uruguaios discordam.

O contencioso teve de ir à Europa, onde a Corte Internacional de Justiça, em Haia, deu à Argentina uma pequena vitória hoje.

Bolívia, Morales e recursos energéticos

(Feliz o povo que controla seu destino e seus recursos energéticos) Um trecho de notícia da BBC:

Receita de gás e petróleo cresce 60% no 1º ano de Morales

Um ano depois de assumir o governo e de ter anunciado a nacionalização do setor de hidrocarbonetos, o presidente boliviano Evo Morales pode comemorar o aumento de 60% na receita do governo com o setor.

O valor arrecadado pelo governo com royalties e impostos aumentou de US$ 630 milhões em 2005, o equivalente a 6,7% do PIB, para US$ 1,042 bilhão no ano passado, ou 10,1% do PIB do país.

O processo de aumento da receita do governo com o setor de hidrocarboneto se consolidou no ano passado, quando as dez empresas que atuam no país aceitaram, em outubro, renegociar seus contratos em bases mais favoráveis ao governo.

(...)

“A renegociação com as empresas foi muito bem sucedida”, diz o economista Mark Weisbrot, co-diretor do Centro para Pesquisa Política e Econômica, em Washington.

O governo tem mais recursos e já está aumentando os gastos com saúde e programas de combate à pobreza”, afirmou em entrevista à BBC Brasil. Embora os indicadores sociais ainda não estejam disponíveis, ele diz que já dá ver que os orçamentos desses programas aumentaram.

(...)

Será ótimo para o povo boliviano se os recursos forem aplicados de maneira correta e eficaz para desenvolver pessoas dando educação e saúde.

domingo, 21 de janeiro de 2007

Empreiteiras do desastre do metrô

Parece haver um certo temor da mídia em citar os nomes das empreiteiras responsáveis pelas tragédias do linha 4 do metrô de São Paulo, sempre as identificando como Consórcio Via Amarela. Talvez porque elas sejam empreiteiras poderosíssimas, as maiores do país, com grande verba publicitária. Talvez por causa disso uma parte da imprensa tenha aceitado a “explicação” dada pelas empreiteiras: a chuva foi responsável pelo desastre da estação Pinheiros [1].

Imagem do sítio Observatório da ImprensaPequeno banner da Odebrecht no Observatório da Imprensa.
Empreiteiras do Consórcio Via Amarela:
  • Odebrecht
  • Queiroz Galvão
  • Camargo Corrêa
  • OAS
  • Andrade Gutierrez

O sítio Conversa Afiada, no artigo Consórcio gosta de (todo) político, fez um apanhado interessantíssimo das doações dessas empreiteiras nas eleições presidenciais e estaduais de 2006. Nele vê-se, entre outras coisas, que as empreiteiras que faziam doação a Lula faziam, ao mesmo tempo, generosas doações a Alckmin. Vale uma olhada.

Crime crescente

Notícias como esta dão insumo para que isto e isto aconteça, devido a proliferação de ideologias anarquistas e terroristas.

iFHC, entidade privada

O Instituto Fernando Henrique Cardoso (iFHC), conforme postagens anteriores[1][2], recebeu da Sabesp, empresa estatal, até o final do ano passado, R$ 2.095.000,00 para digitalização do acervo de documentos e mídia.

Foto de FHC

Porém, duas grandes empresas de informática disponibilizaram-se para efetuar tal digitalização gratuitamente, com softwares, equipamentos e serviços. Armínio Fraga, em entrevista à revista Veja, aconselha uma revolução cultural: “[...] os brasileiros e suas empresas precisam aprender a depender menos do governo.”, e que “a mãe governo é pobre; como é pobre, paga pouco, e essa pobreza vai se perpetuando.”

Do sítio do instituto:

  • O iFHC, entidade privada, não está aberto à visitação pública.
  • Os seminários e os eventos promovidos pelo iFHC são reservados exclusivamente a convidados.

Lúcia Hippólito, rádio CBN, aponta que doação não é adequada:

“O iFHC foi criado nos moldes das bibliotecas dos ex-presidentes americanos. [...] Um presidente americano quando sai da Casa Branca, ele não pode se candidatar mais a presidente, ele praticamente se retira da vida partidária, da disputa partidária. Ele fica apenas como um grande estadista, um grande conselheiro, alguém que governou aquele país mais importante do mundo, a maior parte do tempo durante oito anos... ele fica como um grande conselheiro do país. E então, se dirige a uma série de empresas privadas, e obtém doações para criar suas bibliotecas, que ficam, no geral, nos Estados onde eles nasceram... [...] O presidente Bill Clinton agora criou uma ONG para sobretudo combater a AIDS na África, e que tem sido muito bem sucedida...

Então, eles não vivem uma disputa partidária, um embate partidário etc. Eles são grandes conselheiros. No caso dos ex-presidentes brasileiros é diferente! Eles se mantêm na vida política, se mantêm na vida partidária, muitas vezes até disputando cargos públicos! Desde a República Velha... [...]” Vários exemplos são citados. “Portanto, esta doação de uma estatal, tucana, de um governo tucano, para um instituto de pesquisas, que se apresenta como apartidário..., mas que na verdade é o instituto do ex-presidente Fernando Henrique, isso configura uma certa promiscuidade entre público e privado, etc., coisa que está se tentando combater.”

Estamos aguardando que o iFHC devolva o dinheiro recebido para o Estado, para o bem comum.

sábado, 20 de janeiro de 2007

Doação ao iFHC repercute e gera polêmica

A doação da Sabesp ao iFHC, instituto fundado por Fernando Henrique Cardoso, ainda repercute e gera polêmica, embora a grande mídia/noticiários televisivos pouco ou nada falem a respeito.

As doações da Sabesp, administrada por indicados do PSDB, chegam a meio milhão de reais. Lembre-se que um mensalão, termo cunhado por Roberto Jefferson, era de aproximadamente R$ 30 mil. Embora receba dinheiro público, só convidados podem visitar o Instituto FHC, o que, segundo Mário Reali[1], impossibilitaria a doação pois a legislação exige que a ONG seja aberta a todos.

Além desses 500 mil reais, o Instituto Fernando Henrique Cardoso havia recebido mais de 2 milhões de reais em doações até o fim do ano passado[2].

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

iFHC recebe dinheiro da Sabesp

O iFHC, Instituto Fernando Henrique Cardoso, fundado pelo tucano e ex-presidente da república FHC, recebeu meio milhão de reais da Sabesp[1], empresa estatal paulista administrada por indicados do próprio PSDB.

O blog do Josias Souza começa um comentário a respeito do caso assim:

“Você não sabe, mas está ajudando a financiar as atividades do iFHC. Sorrateiramente, R$ 500 mil migraram do seu bolso para o borderô da ONG aberta pelo ex-presidente da República tucano depois de ter deixado o Palácio do Planalto.”

Revista Veja condenada a indenizar jornalista

A revista Veja foi condenada, em processo movido pelo jornalista Leonardo Attuch, a indenizá-lo e publicar a decisão na revista. Destacamos alguns trechos isolados da sentença[1] do juiz (o grifo é nosso):

“O fato de Attuch ser mencionado em processos (...) não autorizam a ré a qualificá-lo como negociante de notícias, pessoa fraudulenta, autor de um livro indecoroso e quadrilheiro porque a revista Veja, com todo o respeito, não é o Supremo Tribunal Federal do país e tampouco tem qualquer jurisdição.”

(...)

“O dolo de praticar o dano moral contra Leonardo Attuch revela-se no próprio editorial logo depois de a VEJA estampar a explicação da Siciliano, quando ela conclui que os livros do autor estão ‘apanhando poeira em estoques’. A revista tinha o direito de excluir o livro da lista e informar os seus leitores, mas não tem o direito de qualificar Attuch como negociante de notícias, pessoa fraudulenta, autor de um livro indecoroso e quadrilheiro. Igualmente, a revista não tem o direito de acusar o requerente de prática de mal jornalismo. A afirmativa é sentenciosa e sem argumentos.”

(...)

“O Grupo Abril é um grupo milionário. No seu caso, o caráter preventivo da condenação por lesão moral a outrem melhor se dá com a publicação da sentença nas páginas da revista, o que, de modo algum, não extrapola a proporcionalidade do dano, aliás, repara melhor a ofensa causada do que o dinheiro. A publicação não ofende o princípio da justa indenização, ao contrário. E ainda tem um caráter pedagógico: o de revelar aos leitores da revista seus defeitos e o de chamar a atenção de seus diretores para a prática de jornalismo menos adjetivo e mais substantivo.”

Attuch move também processo criminal contra o autor da matéria[2]. A revista Veja anunciou que vai recorrer[3].

Isso faz lembrar um trecho de um conhecido livro:

"Não julgueis, para que não sejais julgados. (...) E por que reparas tu no cisco que está no olho do teu irmäo, e não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmäo: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e entäo cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmäo." Mateus 7:3-5

Atualização: A revista Veja publicou, em abril de 2007, a seguinte nota:

Veja publicou em sua edição de número 1.944, com data de 22 de fevereiro de 2006, um texto intitulado "O mais vendido", no qual consta a informação de que o jornalista Leonardo Attuch, editor das revistas IstoÉ Dinheiro e Dinheiro Rural, estaria devendo satisfações às autoridades policiais. Em um episódio pretérito, a respeito do ‘caso Kroll’, o nome do jornalista foi citado como autor de determinadas reportagens, mas ele jamais foi denunciado ou indiciado pelas autoridades que investigaram tal assunto.

O livro publicado por ele, intitulado "A CPI que Abalou o Brasil", editado pelo selo Futura, do grupo Siciliano, teve seu volume de vendas alterado, o que mereceu sua exclusão da lista de ‘Mais Vendidos’ da revista Veja. O relato da Siciliano exime o jornalista Leonardo Attuch do episódio. O jornalista também jamais foi indiciado pela Polícia Federal ou por qualquer outra autoridade policial pela prática de qualquer tipo de delito.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Estados Unidos na ditadura militar brasileira

O texto seguinte é interessante por ser mais uma confirmação do que já se sabe faz tempo: os Estados Unidos sempre se mostram como porta-vozes da democracia e da paz mundial, adotam, no entanto, políticas em que o lucro das empresas estadunidenses é o fator determinante em termos de política internacional. Ele foi publicado no sítio Brasil Wiki![1] em 14/01/2007:

Documentos secretos da diplomacia americana só agora revelados mostram que o governo Richard Nixon (1969-74) sabia da tortura no Brasil em 1973-74. O embaixador dos EUA em Brasília, John Crimmins, sugeriu que Nixon não cortasse créditos ao Brasil como retaliação aos abusos. Isso poderia atrapalhar a estratégia de "influenciar a política brasileira" e a venda de armas ao país, argumentou. Telegramas revelam que americanos tinham fontes no aparelho de repressão brasileiro e sabiam do assassinato de dissidentes. Crimmins não quis falar de sua atuação como embaixador à época. A Embaixada dos EUA em Brasília não se manifestou. (Folha. 14/01/2007. págs. 1 e A10 a A13)

E o texto seguinte, versando o mesmo assunto, saiu no blog do jornalista Flávio Gomes[2] em 16/01/2007:

Deu na "Folha", domingo, em excelente matéria de Rubens Valente: o embaixador americano no Brasil em 1973/74 informou Nixon sobre os métodos da ditadura (tortura, assassinatos), mas recomendou que o Grande Irmão Que Zela Pelos Direitos Humanos na Terra e Adjacências não fizesse nada, nem pensar em denunciar o país, porque a estratégia americana deveria ser "influenciar a política brasileira". Reproduzo o telegrama enviado pelo embaixador ao Departamento de Estado: "O programa norte-americano de assistência à segurança do Brasil é uma ferramenta essencial aos nossos esforços de influenciar a política brasileira. O programa vem sendo efetivo em começar a restabelecer os EUA como fonte primária de equipamento, treinamento e doutrina para as Forças Armadas do Brasil. Interessa-nos muito, porém, consolidar e expandir nossos ganhos recentes na provisão de equipamento militar ao Brasil", afirma.

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

Rede Globo, YouTube, Cicarelli e ridicularização mundial

No Jornal da Globo de 4 de janeiro estranhei o fato de os apresentadores falarem da possibilidade de o YouTUBE sair do ar no Brasil devido ao vídeo "Cicarelli - sexo na praia". Estranho porque eles não "gostam" de citar nomes; falam tudo vagamente: uma empresa de tal lugar, um canal de televisão etc. YouTUBE eles pronunciaram letra por letra. (Não sei se o mesmo aconteceu no Jornal Nacional). Mas uma reflexão do Paulo Henrique Amorim [1] diz tudo:

"É impressionante o entusiasmo da Globo com a possibilidade de a Justiça tirar o YouTube do ar, por causa da Daniela Cicarelli. (…) Desconfio que, se pudesse, a Globo tirava do ar o YouTube, o Google, o Yahoo, o Itunes, MySpace, MSN – só não tirava do ar a luz elétrica, porque poderia dificultar o acesso à Rede Globo de Televisão."

Não que a Globo não goste do YouTUBE, ou do Orkut etc, mas com certeza esses novos meios de comunicação representam, além de uma forte concorrência, uma ótima fonte direta de informação, sem intermediários, a que obviamente eles (e quaisquer outras mídias brasileiras) gostariam de ter acesso exclusivo. Outra frase interessante do Amorim [1] a respeito:

"Como é que a Globo exibiu imagens da execução de Saddam Hussein, feitas, como se sabe, com uma camereta de celular e divulgadas pelo Google. Não é uma incoerência?"

Enfim... assistir a TV aberta fica para quem quer. Afinal, existe TV a Cabo, YouTube, Google Vídeo... ainda existem até livros e jornais de papel!

Censura e conseqüências

Várias pessoas usam o YouTube para divulgar seus vídeos profissionais e pessoais, e outras para assistir-lhes. Foi negado, a milhões de brasileiros, o direito de acesso a essa "TV" democrática e mundial.

E existem, a cada dia, mais empresas investindo no YouTube: isso é uma oportunidade de negócio fantástica, com visibilidade em todo o mundo, que está sendo negada aos brasileiros.

Perguntar não ofende

  • Será que alguém (Cicarelli ou o advogado dela) é tão ingênuo de pensar que seria possível aniquilar totalmente o seu vídeo sexy, que pode migrar (como já migrou) para qualquer lugar da web??? (Acho que até Paris Hilton sabe a resposta) O YouTube é só a ponta... pontinha do iceberg.
  • Será que só eu acho que isso tudo é uma jogada publicitária?

Ridicularização mundial

O Brasil sempre se esforça para estar sempre junto da escória mundial. Corrupção, a segunda pior distribuição de renda, criminalidade, censura. Não é à toa que estamos sendo internacionalmente ridicularizados [2].

sábado, 6 de janeiro de 2007

Revolta da população

A notícia seguinte é do Terra:

RJ: cabeça jogada em rua permanece há mais de 24h

Moradores da rua Campo Grande, em Campo Grande, zona oeste do Rio de Janeiro, estão indignados com o descaso das autoridades. Uma cabeça de um homem foi jogada na rua, na altura do número 3.150, por volta das 7h de ontem e, passadas mais de 24 horas, permanece no local.

Segundo moradores, o Disque-denúncia e a Polícia Militar foram acionados desde o ocorrido, mas ainda não apareceram no local.

A revolta dos brasileiros cresce a cada dia. O desrespeito à população é cada dia mais insuportável: filas e mortes por falta de atendimento em hospitais, criminalidade altíssima, impostos aviltantes e, enquanto isso, deputados querem aumentar os próprios salários e a procuradoria do MP-SP elege fiscal que recebe R$ 55 mil. Um dia a coisa vai (vai?) explodir.

Outra notícia "interessante", também do Terra:

Ganhador da Mega-Sena é morto ao reagir a assalto

O ganhador do prêmio de quase R$ 52 milhões do concurso 679 da Mega-Sena, em 2005, Renê Sena, 54 anos, foi assassinado com cinco tiros no rosto, por volta das 11h30 deste domingo, em Rio Bonito, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Ela estava em seu quadriciclo, que usava por não possuir as duas pernas, e foi abordado por dois homens armados e encapuzados em uma moto. Os criminosos anunciaram o assalto, Renê reagiu e acabou morto. Os bandidos fugiram em seguida.

O crime aconteceu em frente a um bar, a oito quilômetros da fazenda que a vítima havia comprado no distrito de Lavras, em Rio Bonito. Até as 14h, o corpo continuava no local. Soldados do 35º BPM (Itaboraí) acompanham o caso.

A verdade é uma só, e é bem clara: estamos abandonados à própria sorte, mas pagando impostos...

sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

Voto eletrônico: diferença de 20 mil votos em Alagoas

Como se não bastasse o absurdo de sermos escravos do voto eletrônico (que, além de não poder nem ser conferido/auditado, nenhum país civilizado quer) e do voto obrigatório, agora a notícia de que, em Alagoas, apareceram 20 mil votos que não existem[1]; número suficiente para eleger facilmente um deputado estadual lá (tudo bem, a notícia não é tão nova, mas o estudo a respeito é).

Poderíamos até perguntar o que há de errado nas votações no Brasil, mas faz muito mais sentido perguntar: o que há de certo nas votações (tanto plebiscitos como eleições) brasileiras?

Perguntar não ofende

  • a quem interessa o voto obrigatório no Brasil?
  • a quem interessa que não possa haver conferência das votações?
  • são divulgadas todas as diferenças encontradas entre o caderno de assinaturas e o boletim de urna?
  • se até projetos caríssimos de multinacionais como criptografias de DVD e HD-DVD são “hackeáveis” ou quebráveis[2], o que se dirá de uma simples urna eletrônica de país subdesenvolvido?
  • por que há tão pouco questionamento, principalmente por conta da mídia televisiva, quanto ao voto eletrônico?

quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

Aumento dos salários dos parlamentares

(Mini retrospectiva 2006 – parte 3) O aumento dado aos deputados e senadores, por eles mesmos, de quase 100% revoltou a sociedade, em grande parte por esses três motivos:

  • Eles ganham 15 salários por ano;
  • Eles já estão entre os mais bem pagos do mundo. Somando-se salário e pagamentos extras, recebem cerca de 92 mil reais mensais [1]
  • Resumindo: eles não merecem aumento algum.
A indignação provocou protestos no mundo real e no mundo virtual. Uma petição digital contou com mais de 115 mil assinaturas contra o aumento [2].

terça-feira, 2 de janeiro de 2007

Fraude na Constituição

Merece leitura o dossiê da fraude na Constituição Federal Brasileira de 1988, publicado em agosto de 2006 por dois pesquisadores brasileiros. Ele foi feito para mostrar como uma alínea sobre pagamento do serviço da dívida foi inserida sorrateiramente.

A motivação para o dossiê foi uma confissão de Nelson Jobim, então Ministro da Justiça, em 2003, de que havia trechos inseridos na Constituição de uma maneira incorreta. Apesar da seriedade do material do dossiê e da gravidade de seu objeto, não houve grande repercussão na "grande" imprensa.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2007

Rede Globo vs Rodrigo Vianna

Em Dezembro de 2006 foi divulgada carta com denúncias de Rodrigo Vianna à sua ex-empregadora, a Rede Globo, vinda a público no final de dezembro. Um trecho:

"Quando, no JN, chamavam Gedimar e Valdebran de "petistas" e, ao mesmo tempo, falavam de Abel Pereira como empresário ligado a um ex-ministro do "governo anterior", acharam que ninguém ia achar estranho?"

Vale a pena a leitura da carta, que teve grande repercussão e é, sem dúvida, de fundamental importância para entender como a Rede Globo de Televisão e as Organizações Globo usam nossa democracia. Mais um pequeno trecho da carta de Rodrigo Vianna abaixo:

Quando entrei na TV Globo, os amigos, os antigos colegas de Faculdade, diziam: "você não vai agüentar nem um ano naquela TV que manipula eleições, fatos, cérebros". Agüentei doze anos. E vou dizer: costumava contar a meus amigos que na Globo fazíamos - sim - bom jornalismo. Havia, ao menos, um esforço nessa direção.

Na última década, em debates nas universidades, ou nas mesas de bar, a cada vez que me perguntavam sobre manipulação e controle político na Globo, eu costumava dizer: "olha, isso é coisa do passado; esse tempo ficou pra trás".

Isso não era só um discurso. Acompanhei de perto a chegada de Evandro Carlos de Andrade ao comando da TV, e a tentativa dele de profissionalizar nosso trabalho. Jornalismo comunitário, cobertura política - da qual participei de 98 a 2006. Matérias didáticas sobre o voto, sobre a democracia. Cobertura factual das eleições, debates. Pode parecer bobagem, mas tive orgulho de participar desse momento de virada no Jornalismo da Globo.

Parecia uma virada. Infelizmente, a cobertura das eleições de 2006 mostrou que eu havia me iludido. O que vivemos aqui entre setembro e outubro de 2006 não foi ficção. Aconteceu.

Pode ser que algum chefe queira fazer abaixo-assinado para provar que não aconteceu. Mas, é ruim, hem!

Intervenção minuciosa em nossos textos, trocas de palavras a mando de chefes, entrevistas de candidatos (gravadas na rua) escolhidas a dedo, à distância, por um personagem quase mítico que paira sobre a Redação: "o fulano (e vocês sabem de quem estou falando) quer esse trecho; o fulano quer que mude essa palavra no texto".

Tudo isso aconteceu. E nem foi o pior.