Guerra Urbana no Rio

Duas horas de intenso tiroteio e explosão de quatro granadas, em favela no Rio, reportam os jornais. Dois mortos. A missão da Polícia Militar era destruir barricadas, colocadas pelo tráfico, em Bangu. Apreensões: seis veículos, duas armas. Três pessoas detidas.

Em outra favela, outra operação. A missão era destruir barras de ferro, quebra-molas e até um muro tático construídos por traficantes. Também, dois suspeitos mortos. Apreensões: granada, duas armas de fogo, e vasta munição pesada, além de, é claro, droga.

Em outra favela, na Penha, o BOpE da PM apreendeu pelo menos 150 quilos de maconha. Em outra favela, em Nova Iguaçu, o serviço reservado da PM apreendeu dez armas e prendeu cinco pessoas.

Segurança Pública e Comunicação

Sempre vai haver traficantes se houver usuários

O Estado tem demonstrado total ineficiência na manutenção da ordem pública. Instituições de modelos arcaicos, falta de investimento e corrupção leva nossas grandes cidades à completa degeneração.

Veja um trecho do livro Cabeça de Porco, trecho de Luiz Eduardo Soares:

Em primeiro lugar, a dimensão subjetiva é parte relevante da segurança pública e deve ser um dos alvos de qualquer política de segurança que mereça este nome: seja porque as pessoas sofrem não só pelo que vivenciam no domínio estrito dos fatos criminais, seja porque sua experiência interior, indissociável da cultura, intervém no mundo prático e gera fatos de várias maneiras diferentes. Isso não significa - e é muito importante sublinhar este ponto - que factóides seriam justificáveis ou que uma boa política de segurança poder-se-ia reduzir às preocupações com a dimensão subjetiva da população. Ou seja, isso não significa que uma política de segurança deveria ser apenas uma política de comunicação. Entretanto, significa, sim, que uma verdadeira política de segurança tem de incluir uma política de comunicação. Mais que isso, precisa incluir uma política cultural. Varrer preconceitos e combater o racismo (na sociedade, nas polícias e em todas as instituições da Justiça criminal) são empreendimentos indispensáveis para a promoção da segurança.

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