terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Curso de formação de soldados policiais corruptos

Tentando responder às perguntas do post anterior "Vídeo mostra policiais sendo humilhados", sugerimos este vídeo (clique em play para tocar).

A Polícia Que Queremos Hoje

A polícia que queremos é a que consegue usar de inteligência, tecnologia e repressão, dentro dos limites legalmente estabelecidos. Para tanto, é necessária a inclusão de pessoas capacitadas e formação impecável, voltada para a utilização de tecnologias, direitos humanos e Direito. Além disso, é necessária uma política de comunicação social e educação voltadas para a Segurança Pública, e valorização profissional. Como podemos ver no vídeo das humilhações que os aspirantes a soldados sofreram por seus superiores, o que acontece hoje é o inverso do que a sociedade almeja. O que acontece: a sociedade que mora em favelas se revolta com a polícia, e conseqüentemente contra o Estado, e contra o resto da sociedade, trazendo: genocídio de policiais, carnificinas, queima de ônibus lotados, assaltos, homicídios, estupros e violências de toda sorte.

Referências

Abaixo, uma matéria do sítio Mídia Sem Máscara uma matéria sobre: "Brasil: número UM em mortes de policiais".

  1. Genocídio de policiais

Vídeo mostra policiais militares sendo humilhados

Foi divulgado na internet o vídeo abaixo, que mostra Policiais Militares sendo humilhados por seus colegas.

Esse tipo de vídeo suscita duas reflexões:

  • Que tipo de policial o Brasil quer formar e colocar nas ruas?
  • Como se pode pensar em censurar ou bloquear o YouTube, uma ferramenta extremamente ágil e útil para qualquer pessoa que queira mostrar injustiças, principalmente quando a mídia, por preguiça ou por conveniência, cala-se?

Referências

  1. Humilhação na PM

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Vídeo do prefeito Gilberto Kassab expulsando paciente de hospital

(Eles nos tratam como animais.) Está amplamente disponível na internet, em diversos sites de vídeos (você pode ver neste link do YouTube), a atuação do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, do PFL, agredindo e expulsando um paciente, identificado como Kaiser Paiva, de um hospital.

Abaixo a transcrição parte da confusão mostrada no SP TV:

Jornalista Carla Vilhena: O prefeito Gilberto Kassab perdeu o controle na inauguração de uma unidade de saúde em Pirituba.

Jornalista Chico Pinheiro: O prefeito da capital expulsou, aos gritos e empurrões, um homem que berrava contra a má qualidade do serviço de saúde pública. Olha só (sic) as imagens:

(Imagens do corredor do AMA)

Paciente (Kaiser Paiva): Até os coitado (sic). Até os coitado que é pra tratar...

(interrompido pelo prefeito "possuído", aos berros)

Kassab: - Sai daqui! - Sai daqui! (empurrando o idoso para fora do hospital) - Hospital não é coisa de fazê... (sic) - Saaaaai! - Sai daqui! - Saaaai! - Sai daqui! - Sai daqui! - Fora! - Tâmo (sic) num hospital - Vagabundo! - Fooooora! - Leva esse cara daqui! - Leva ele (sic) embora! - Tamo num hospital! - Respeita doente! - Vagaaabuuuundo! - Vagabundo!

Frases ao fundo, provavelmente direcionadas ao prefeito, de pessoas presentes:

O senhor não pode fazer isso não! O senhor não pode! Calma! Ele esqueceu (referindo-se às câmeras?)
Prefeito Kassab expulsando Sr. Kaiser do hospital
Prefeito Gilberto Kassab "saudando" paciente do hospital. Nem o direito de reclamar temos mais.

O prefeito, depois, ainda teve a audácia de negar que tivesse agredido o manifestante e disse apenas ter pedido que o manifestante se retirasse. E ainda disse mais (o grifo é nosso):

- Eu não agredi ninguém fisicamente. O que eu pedi é que ele se retirasse. Não houve nenhuma agressão.

(corte nas imagens)

Na verdade todos sabem o espírito democrático (?!?!?!?!) dessa gestao, de ouvir a todos, dialogar, receber críticas...

Mas nós tamos (sic) aqui numa unidade de saúde. Um cidadão de dentro da unidade fazer uma manifestação, desculpe, é uma agressão à cidade (?!?!?!?!) e não há quem possa tolerar e respeitar isso. Por isso, foi colocado pra fora sim e farei isso quantas vezes for necessário dentro de uma unidade de saúde. Não é o local adequado pra nenhuma manifestação. Aqui tem (sic) pessoas doentes, pessoas que tão com problema de saúde e merecem respeito.

Não bastasse a humilhação que é depender do atendimento público de saúde, não se pode agora nem reclamar. O pobre cidadão foi tratado como um cachorro.

A prefeitura anunciou que estuda processar o manifestante...

Prefeito Gilberto Kassab expulsa idoso de hospital

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, do PFL, expulsou, aos berros e empurrões[1][2], um idoso que estava aguardando atendimento num hospital.

O idoso, que buscava atendimento de um dentista e estava acompanhado do filho de 7 anos, aproveitou a passagem do prefeito para fazer reclamações à lei Cidade Limpa e ao atendimento médico. As cenas do vídeo são estarrecedoras e esclarecedoras.

Prefeito Kassab expulsando Sr. Kaiser de hospital
Prefeito Kassab e o senhor Kaiser.

Absurdos do Brasil

Como se não bastasse o caos em que se encontra a saúde pública e o desemprego no Brasil, agora o pobre cidadão brasileiro não tem sequer o direito de reclamar dos políticos.

Vale lembrar que Kassab foi o prefeito que fez infame piadinha sobre o desastre da linha 4 do metrô de São Paulo[3][4].

Lei Cidade Limpa

Está em vigor em São Paulo a lei que cria o projeto Cidade Limpa, que regulamenta e restringe a poluição visual na cidade de São Paulo. Ou, em suas próprias palavras, "dispõe sobre a ordenação dos elementos que compõem a paisagem urbana do Município de São Paulo".

É, sem dúvida, uma iniciativa louvável, mas que gera protestos, sobretudo por não prever criação de empregos, o que é um problema. Hoje existe toda uma indústria voltada para publicidade em carros de som, outdoors, placas publicitárias etc, logo, essa lei criará uma legião de novos desempregados que o já saturado mercado de trabalho não terá condições de empregar.

Mas o pior mesmo é que entidades abastadas já entraram na justiça e ganharam o direito, pelo menos em liminar, de ser liberadas do cumprimento da lei. A lei acabará só se aplicando aos mais pobres.

Assim vê-se que, no Brasil, mesmo hoje, cobre-se um santo para vestir outro. Como viverão as pessoas que perderam/perderão seus emprego?

domingo, 4 de fevereiro de 2007

PM impede novo ataque a diretor de presídio

Quatro homens foram presos ontem, em Osasco-SP, suspeitos de arquitetarem mais um atentado, contra o diretor do presídio CDP1, José Antônio Noronha, de Osasco, na Grande São Paulo. O grupo estava armado de revólveres e fuzis, de acordo com o sítio Pernambuco.com.

Enquanto isso, no Rio de Janeiro, um tiroteio entre traficantes e a PM deixou um policial morto e um ferido.

Caos social

A Polícia Militar é força auxiliar e reserva do Exército. Não se difere muito deste. O Brasil está em guerra civil, e as autoridades não notam.

Até quando as facções criminosas espalharão o medo pelas grandes cidades? Quando veremos atitudes enérgicas dos governantes perante a bandidos fortemente armados?

Segundo a revista Veja, em reportagem especial sobe o Crime, somente o PCC possui "15.000 integrantes no estado de São Paulo (5.038 deles identificados e catalogados)".

No Rio, crianças são instruídas pelas várias facções, e, ao crescerem, transformam-se em verdadeiros monstros armados, capazes de queimar ônibus lotados. Armamento é o que não falta. O Brasil não policia as suas fronteiras, e nem suas cidades. Fuzis, granadas e até mísseis entram e saem.

Dados da revista Veja:

"Em 2002, a Polícia Militar paulista criou um banco de dados informatizado para monitorar os bandidos. Foram cadastrados apenas criminosos que atuam em quadrilhas e têm mais de uma passagem pela polícia. Assaltantes ocasionais ficaram de fora. O resultado é de estarrecer: foram listados 300.000 delinquentes, com nome, sobrenome, foto e endereço."

As autoridades têm de vasculhar pelas armas e pelo dinheiro do tráfico. Têm de decretar certas restrições de direitos, por um período curto, onde serão empregadas tropas federais das Forças Armadas, auxiliando as forças policiais locais, com efetivo e equipamento. Têm de unificar as polícias. Semana passada houve mais um caso de atrito entre as polícias de São Paulo, que não se comunicam efetivamente. Possuem até bancos de dados próprios. A desunião entre as polícias é a vitória dos traficantes.

Enfim, a Segurança Pública depende de ações firmes e coordenadas. Esta lição os criminosos já aprenderam.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Guerra Urbana no Rio

Duas horas de intenso tiroteio e explosão de quatro granadas, em favela no Rio, reportam os jornais. Dois mortos. A missão da Polícia Militar era destruir barricadas, colocadas pelo tráfico, em Bangu. Apreensões: seis veículos, duas armas. Três pessoas detidas.

Em outra favela, outra operação. A missão era destruir barras de ferro, quebra-molas e até um muro tático construídos por traficantes. Também, dois suspeitos mortos. Apreensões: granada, duas armas de fogo, e vasta munição pesada, além de, é claro, droga.

Em outra favela, na Penha, o BOpE da PM apreendeu pelo menos 150 quilos de maconha. Em outra favela, em Nova Iguaçu, o serviço reservado da PM apreendeu dez armas e prendeu cinco pessoas.

Segurança Pública e Comunicação

Sempre vai haver traficantes se houver usuários

O Estado tem demonstrado total ineficiência na manutenção da ordem pública. Instituições de modelos arcaicos, falta de investimento e corrupção leva nossas grandes cidades à completa degeneração.

Veja um trecho do livro Cabeça de Porco, trecho de Luiz Eduardo Soares:

Em primeiro lugar, a dimensão subjetiva é parte relevante da segurança pública e deve ser um dos alvos de qualquer política de segurança que mereça este nome: seja porque as pessoas sofrem não só pelo que vivenciam no domínio estrito dos fatos criminais, seja porque sua experiência interior, indissociável da cultura, intervém no mundo prático e gera fatos de várias maneiras diferentes. Isso não significa - e é muito importante sublinhar este ponto - que factóides seriam justificáveis ou que uma boa política de segurança poder-se-ia reduzir às preocupações com a dimensão subjetiva da população. Ou seja, isso não significa que uma política de segurança deveria ser apenas uma política de comunicação. Entretanto, significa, sim, que uma verdadeira política de segurança tem de incluir uma política de comunicação. Mais que isso, precisa incluir uma política cultural. Varrer preconceitos e combater o racismo (na sociedade, nas polícias e em todas as instituições da Justiça criminal) são empreendimentos indispensáveis para a promoção da segurança.