iFHC, entidade privada

O Instituto Fernando Henrique Cardoso (iFHC), conforme postagens anteriores[1][2], recebeu da Sabesp, empresa estatal, até o final do ano passado, R$ 2.095.000,00 para digitalização do acervo de documentos e mídia.

Foto de FHC

Porém, duas grandes empresas de informática disponibilizaram-se para efetuar tal digitalização gratuitamente, com softwares, equipamentos e serviços. Armínio Fraga, em entrevista à revista Veja, aconselha uma revolução cultural: “[...] os brasileiros e suas empresas precisam aprender a depender menos do governo.”, e que “a mãe governo é pobre; como é pobre, paga pouco, e essa pobreza vai se perpetuando.”

Do sítio do instituto:

  • O iFHC, entidade privada, não está aberto à visitação pública.
  • Os seminários e os eventos promovidos pelo iFHC são reservados exclusivamente a convidados.

Lúcia Hippólito, rádio CBN, aponta que doação não é adequada:

“O iFHC foi criado nos moldes das bibliotecas dos ex-presidentes americanos. [...] Um presidente americano quando sai da Casa Branca, ele não pode se candidatar mais a presidente, ele praticamente se retira da vida partidária, da disputa partidária. Ele fica apenas como um grande estadista, um grande conselheiro, alguém que governou aquele país mais importante do mundo, a maior parte do tempo durante oito anos... ele fica como um grande conselheiro do país. E então, se dirige a uma série de empresas privadas, e obtém doações para criar suas bibliotecas, que ficam, no geral, nos Estados onde eles nasceram... [...] O presidente Bill Clinton agora criou uma ONG para sobretudo combater a AIDS na África, e que tem sido muito bem sucedida...

Então, eles não vivem uma disputa partidária, um embate partidário etc. Eles são grandes conselheiros. No caso dos ex-presidentes brasileiros é diferente! Eles se mantêm na vida política, se mantêm na vida partidária, muitas vezes até disputando cargos públicos! Desde a República Velha... [...]” Vários exemplos são citados. “Portanto, esta doação de uma estatal, tucana, de um governo tucano, para um instituto de pesquisas, que se apresenta como apartidário..., mas que na verdade é o instituto do ex-presidente Fernando Henrique, isso configura uma certa promiscuidade entre público e privado, etc., coisa que está se tentando combater.”

Estamos aguardando que o iFHC devolva o dinheiro recebido para o Estado, para o bem comum.

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